Sobreviventes e parentes dos detentos mortos no massacre do presídio de Altamira, no sudoeste do Pará, ocorrido em 2019, vão receber indenizações do estado. Foram 62 mortos. O caso é maior tragédia carcerária do Brasil depois de Carandiru, no rio de Janeiro.
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Foto: Agência Pará |
As indenizações foram definidas em um acordo judicial homologado com o Governo do Estado depois de uma ação civil pública movida pela Defensoria de Altamira.
De acordo com a defensora que representa parte das famílias dos detentos, cada sobrevivente vai receber R$ 15 mil de indenização. Já os parentes, como mães, pais, esposas e filhos dos mortos vão ter direito a R$ 30 mil cada. Ficaram de fora do acordo 22 presos que foram denunciados por envolvimento direto nas execuções que ocorreram na penitenciária.
O MASSACRE
A rebelião ocorreu, em 29 de julho de 2019, no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará, e marcou a história do sistema penitenciário do estado, a partir de um conflito entre dois grupos rivais. Uma ala inteira ficou destruída, onde ficava uma cela container.
No presídio, 58 detentos foram mortos, a maioria, por asfixia. Dezesseis deles foram decapitados. Os líderes do motim foram transferidos para outras unidades prisionais do estado e até para presídios federais.
Durante a transferência para Marabá, um dia após o massacre, quatro detentos foram mortos dentro de um caminhão-cela. Ao todo foram 62 mortes.
Um dos mortos carbonizados foi o agricultor Derli Marques Teixeira Pontes. Ele era preso provisório e havia sido transferido da cidade de Uruará, apenas um mês antes do massacre. O detento aguardava julgamento pelo crime de tráfico de drogas. A irmã dele, Ronívia Teixeira Pontes, ainda espera respostas.
"Estamos aqui mais uma vez, dois anos após, para pedir que não deixe mais isso acontecer com nossos familiares, e que a justiça seja feita", disse.
A unidade penitenciária foi desativada, após o episódio. Os detentos que estavam custodiados foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu há 1 ano e 8 meses. A estrutura do antigo presídio está passando por reforma.
Fonte:G1 Pará
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